quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Lançamento: Poncho Beer: Paint it Black - Brown Ale


Caros amigos. Mais um Lançamento para vocês.
Lembram-se do post sobre a alquimia da cerveja e aquela bela mistura de maltes torrefados em casa ?
Pois aqui está o resultado. Mas antes de falar deste belo Beer vamos dar um update no que aconteceu neste último mês de experiencias alcoólicas que estive ausente do Blog.
Neste meio tempo aprontamos algumas. Vendemos nossas primeiras cervejas o/ esse dinheiro já foi revertido em novidades que estão por vir. Já posso adiantar que nosso equipamento está ampliando e logo-logo poderemos atender a mais pessoas com vontade de beber boa cerveja neste país lindo (quem sabe um dia fora dele também).  Tivemos nossas primeiras avaliações da Glam Ale e Red Hell e tudo indica que estamos no caminho certo. Tivemos neste meio tempo uma cerveja excepcional, uma Glam Rock melhorada  e considerada pelo nosso cervejeiro como A Obra Prima ... até o momento. Ainda não falamos muito sobre ela pois uma nova remessa já foi providenciada e logo lançaremos ela com mais pompa que a Glam Rock Original. 
O chefe falou, está falado. A Melhor até agora !!
Outra grande novidade foi uma parceria montada com a loja Bierort onde agendamos uma degustação da Poncho Beer para dia 31/08, um belo sábado onde estaremos das 14h até as 19h servindo e conversando sobre nossas Beer. A Beer escolhida para o evento foi uma versão 2.0 da Love Songs. Um lote todo especial foi feito e ainda guardamos algumas novidades. Não percam essa oportunidade. Teremos alguns rótulos a venda e se você realmente gosta de cerveja não vai se arrepender. 

Ah Siiiim e como esquecer ... (deeeeer) ... Mudamos nosso logo. Foi uma mudança sutil mas está de acordo com o nosso departamento de Marketing. As montanhas atrás do Beer nada mais é do que uma representação da Serra Mantiqueira vista da cidade de Taubaté. Isso para dar mais identidade ao nosso animal que adotou essas terras como seu território. E pelo Slogan está aqui para ficar.

Ufa, foi bastante o que aconteceu esse mês. mas finalmente chegamos ao que interessa.
Nossa mais nova aquisição...

A Beer : 

Seguindo um estilo tradicional britânico as Brown Ales, originalmente eram conhecidas como Mild Ales (ou Ales suaves). Eram cervejas de fácil acesso financeiro e de paladar. Eram cervejas simples e certeiras para se tomar quando não se tinha muito dinheiro e não queria chegar no turno da tarde do trabalho com o hálito à ESB.
Então era uma cerveja agradável se se tomar, com uma coloração de marrom avermelhado para tonalidades mais escuras. No estilo inglês predomina a sensação de malte a boca, algumas notas de torrados e uma boa dose de fermento inglês (que leva a certos gases indesejados ao final das noites, como os apreciadores de fermento bem sabem). O teor alcoólico gira em torno de 3-4% e o amargor não passava de 20 IBU's.
Apesar de ser uma cerveja de gosto popular, ela desapareceu devido a outros estilos que se tornaram mais populares como Porters e Stouts. Seu sumiço dos Pubs Ingleses também foi devido ao aprimoramento de técnicas de torrefação (olha nosso segredo ai =P), que tornou maltes "brown" obsoletos em detrimento aos maltes caramelizados, aromatizados e extra torrefados.

A Paint it Black segue uma bela receita do Sul da Inglaterra, onde este estilo era brassado com menor amargor e teor alcoólico. Nossos maltes torrefados com uma semana de descanso mostraram ao que vieram e com certeza tiveram papel no produto final. Um aroma agradável sai ao abrirmos a garrafa. (No entanto ao fundo foi percebido um leve aroma de fruta "verde" talvez um pouco de oxidação nas trasfegas do fermentador para o maturador).
Aos olhos vemos uma cerveja de coloração escura, mas mesmo assim atraente. Na Boca um corpo médio e agradável, o dulçor do puro malte toffee e caramelo é sentido e notas de castanhas e da torrefação também. Os lúpulos são discretos e aparecem quando devem. Uma garrafa de 500ml se foi antes de se perceber.
O álcool não é percebido até você tomar duas dessas e começar a escrever um texto no computador.

O Rock :


Por trás desta bebida deliciosa não poderia faltar uma boa história do rock n' roll. se engana quem acha que Paint it Black que estamos falando é a famosa música dos Rolling Stones. Esta versão é 1967 do Álbum de estreia de Eric Burbon and The Animals - Winds of change (MGM).
O álbum não foi muito bem recebido pela crítica mas serviu para lançar ao mundo o gênio de Eric Burbon que dono de uma voz poderosa e letras críticas, deu mais um ponta pé ao unir o Folk, o Blues e o Rock n' Roll com uma pitada de psicodelia. Suas músicas ainda fizeram história sendo gravadas por outras bandas e seu legado para o rock foi imortalizado pela sua brilhante versão de "house of the rising sun". 
Aqui a peça para que vocês julguem por si próprios ESTA VERSÃO é uma das mais famosas, sendo performada no lendário festival de Monterey Pop Festival, marcando The Animals na história do Rock. 

UHnnnnn ....

Perfil da Beer: Paint It Black  -
Estilo: South English Brown Ale
Abv (est): 4%
IBU (est): 15
SRM: 35

Assim como o álbum e a banda, a Beer Paint it Black, mostra que mesmo algo tradicional e esquecido pode surpreender. 

Logo teremos mais lançamentos e não se esqueçam de nossa degustação no dia 31. Tenha uma ótima semana.

Abraços do Beer.
  

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Lançamento: Pokoloko Brewing Co. e Poncho Rock Beer: Red Hell - Pumpkin Ale

Depois de um bom tempo sem lançar novidades, não poderíamos decepcionar nossos leitores.
Desta vez chegamos com uma surpresa fora dos padrões até mesmo par aqueles acostumados com cervejas diferenciadas. Em uma Brassagem colaborativa entre Pokoloko Brewing Co. e a Poncho Rock Beer, temos o prazer de apresentar uma RED HELL, ou Inferno Vermelho em português. Esta Beer pertence ao estilo de Spiced Pumpkin Ale, uma cerveja muito tradicional em feriados na terra do Tio Sam e que tem como sua principal característica a adição de abóbora a sua receita.

Oh Louco! não é assim também. 

 Esta é uma receita que sempre causa intriga e espanto as pessoas. Primeiro a os desavisados, sim é possível "fazer cerveja com abóbora", ela não é a principal fonte de açucares da cerveja ela entra como componente de gosto e aroma e contribui de forma pequena no corpo e álcool da cerveja. Segundo, mesmo para aqueles familiarizados com o estilo e com a brassagem de cervejas, sabe-se que este é um estilo problemático durante a brassagem.

Via de regra, cervejeiros que exploram o estilo se deparam com uma série de problemas com relação a inserção da abóbora em pedaços na receita. Isso devido a fibrosidade da fruta (fruta ? abóbora é uma fruta ? bom, acho que é a mesma regra para o tomate e a melancia, então é uma fruta ... ) esta fibrosidade da fruta "in natura" e a viscosidade que ela confere ao mostro da Pumpkin Ale trazem uma série de problemas a brassagem como entupimento de válvulas, dificuldade com as rampas de temperatura, demora no processo de "lavagem" dos grãos e uma quantidade significante de açúcares não fermentáveis no final do dia. 

Lindas... lindas medições de Densidade do mostro fermentando... 

Devido as estes problemas a Pokoloko e a Poncho Beer uniram forças e preferiram jogar de forma segura dentro do estilo. Este cerveja envolve uma mistura complexa de ingredientes, não só pela abóbora e os cuidados a se ter com ela, mas também com o equilíbrio dos maltes que conferem a cor alaranjada (que não é fácil de se atingir), a mistura de lúpulos que ficam em segundo plano, a adição dos temperos que desempenham papel importante na identidade da Beer e o controle meticuloso da temperatura de brassagem , para conferir a cerveja um "corpo" que suporte a complexidade de tudo isso que jogamos dentro do Mash Tun.
Depois de quase 3 semanas nos preparando para a brassagem, fechamos a receita e o formato da brassagem e lá fomos escolher cuidadosamente os insumos.
Eu fiquei responsável pela abóbora e os temperos, peguei a lista de compras e me mandei para o Mercado Municipal de Taubaté. Só de abóbora, forma quase 10 KG de abóbora em Moranga e mais quase 50 gramas em temperos, entre eles estavam gengibre, cravo, canela, pimenta da jamaica, noz moscada e açucar mascavo.

O aroma era intoxicante ... 

A combinação destes cria o que os americanos chamam de All-spice e é uma mistura comum para receitas e em especial doces e mais relevante o doce de abóbora ... AHA ! este famoso doce de abóbora é uma sobremesa famosa em feriados de próximos as épocas frias do final do ano. E é nessa sobremesa que o estilo foi baseado e criado, esta então é uma cerveja a ser tomada após as refeições ou em noites frias para espantar o calor.
Por estarmos no Brasil, escolhemos dar um toque tropical a bebida com lúpulos cítricos tropicais para tornar a cerveja com drinkability mesmo em temperaturas tropicais.
Para "driblar" os problemas com viscosidade da abóbora usamos ela assada e sem a casaca, sendo inserida em pedaços no mostro por meio de uma "grain bag" para que ela não fica-se fora de controle. Esta alternativa se provou muito boa para contornar os problemas da brassagem e esta transcorreu sem nenhum empecilho.

Após alguns dias, podemos ver que ela não ficou alaranjada e sim vermelha.

 A fermentação da Beer transcorreu com algumas preocupações, depois de uma atenuação muito boa nos primeiros dias, chegamos a um patamar de densidade e não conseguíamos descer. Imagino eu que isto se deva a açucares não fermentáveis que poderiam gerar dulçor demasiado e/ou aumentar ainda mais o corpo da Beer que já é elevado, isso poderia fazer ela ficar muito pesada ou excessivamente doce ao paladar, ou mais do que pretendíamos. Mesmo assim enceramos a fermentação um pouco acima do esperado, perdendo um pouco de graduação alcoólica, mas garantindo também que a cerveja não tivesse um final seco.
Isso prova que este estilo é realmente um pesadelo e se as coisas derem errado, você pode ir do céu ao inferno com apenas um pouco de descuido... dai veio o nome da Beer...

Rótulo especial para a Beer

 Isso nos leva ao produto final que foi uma Beer com coloração vermelho acobreado de aroma rico e complexo devido aos maltes e temperos. No entanto a presença da abóbora é discreta (até demais) no aroma e realmente não aparece, no aroma sentimos a noz moscada de forma pungente, alguns tons da pimenta e um agradável tom de pão e toffee do malte. A baixa carbonatação deixa ainda mais evidente os aromas. Na boca a sensação é de agradável preenchimento e "peso" a beer apresenta complexidade levando as notas dos temperos, noz moscada, canela e pouco do gengibre, novamente a presença do malte caramelo, os lúpulos ressaltam estes sabores agindo em segundo plano como "refrescantes" o que não deixou a cerveja de certa forma mais equilibrada. O retrogosto é ainda dos temperos mas aparece um pouco mais do gengibre e dos lúpulos.
A abóbora é quase imperceptível durante quase toda a beer, apenas quando ela esquenta um pouco e parte dos aromas se dissipam que podemos sentir parte que se assemelha a abóbora.
O resultado final foi muito bom, apesar de podermos concertar alguns passos para uma próxima leva, esta sim foi uma cerveja que desafiou nossas habilidades e nos ensinou muito sobre o processo e cultura cervejeira

Agora é só esperar um dia frio e apreciar eta iguaria com uma bela sobremesa
Perfil da Beer: Red Hell
Estilo: Spiced Pumpkin Ale
ABV: 6%
IBU: 31
EBC: 15-20




Logo logo vem novidades por ai, já fechamos os primeiros eventos para divulgar nossa marca e teremos muitas Beers saindo dos maturadores no mês de agosto para vocês.

Dúvidas ? sugestões ? ... recitas ? convites para tomar cerveja ? ... não deixe de comentar abaixo. ;)

Abraços do Beer ... 

A Alquimia da Cerveja ...

A postagem de hoje é sobre as novas experiencias da Poncho Rock Beer.
Durante a semana passada recebemos novos maltes e insumos e isso trouxe, além de mais alegrias, alguns problemas... como rodar o estoque ? como conservar melhor os maltes e lúpulos ? como reaproveitar alguns insumos para próximas brassagens ? ...
E lá foi nosso cervejeiro buscar as respostas para essas perguntas. Este é o seu relato...
Quando se trata de cerveja, a qualidade inicial de seus insumos é crucial e influencia em muito o resultado final da cerveja que você leva a mesa. Em experiencias anteriores, percebi que o frescor do malte é essencial. Uma cerveja com um malte moído na hora da produção leva vantagem de um malte moído 2, 3 e principalmente uma semana antes (infelizmente já fiz isso e apesar de conservar de forma adequada tive um resultado que não agradou).


Maltes ... =)

Conservação do Malte: 
O malte por ser um grão seco, tem que ser conservado em ambiente hermético (ou seja não permita a entrada de ar) e sem umidade. Dentro de condições boas de conservação o malte pode ser mantido por messes, mas esta estocagem e demora sempre vai ter reflexo no produto final.
O conservamento correto uma tarefa não difícil, mas complicada. Procure usar sacos plásticos limpos e secos do estilo ziplock (que lacram a entrada) e faça alguns furinhos com uma agulha ou ponta de clips. Isso garante a saída da umidade e sem entrada excessiva de ar e perca de aromas.
Claro estes maltes tem que ser armazenados de forma a evitar mudanças bruscas de temperatura, odores externos e umidade. Sacas grandes de 25kg/50kg que são recebidas pelos distribuidores e fracionadores de malte são ideais para envolver os sacos individuais de maltes.
Claro que estas medidas não são 100%, problemas como carunchos, mofos e envelhecimento dos maltes podem acontecer de qualquer forma devido a pequenos pontos. O segredo é usar os maltes mais "velhos" primeiro para que estes acabem sendo preteridos e por estarem sem aroma ou sem qualidade.
Mesmo nesta situação, não é um caminho sem volta. Quando seu malte está meio "murcho" é possível dar nova vida a ele por meio de uma torrefação. Torrefação é um tratamento dado ao maltes após a secagem da malteação, por meio deste conseguimos mudar propriedades dos maltes afim de ter sabores e aromas mais frescos ou diferenciados.
Podemos também assim, suprir a falta de certos maltes e até inovar com misturas originais. Isso dá um toque de caráter e personalidade na sua cerveja. E isso que nós da Poncho Beer procurávamos para uma leva especial. Por isso seguimos o Faça você mesmo apresentado no Blog brejadobreda.

Importante conferir de perto a temperatura tanto do forno como dos grãos.
Separamos 1 quilo de malte Pilsen e 300 gramas de Pale Ale, foram maltes que "sobraram" da leva de Love Songs e resolvemos transforma-los em maltes mais aptos a próxima brassagem.
Seguindo os procedimentos do Blog embarcamos nesta empreitada.
Os procedimentos são demorados e requerem atenção do Cervejeiro, eu mesmo deixei os maltes um pouco a mais do que pretendia, mesmo assim o procedimento se mostrou um sucesso. Seguindo passo a passo, fui pelo caminho mais "lento" pois queria maltes com boas propriedades. Mandei para o forno o 1 quilo de pilsen enquanto o Pale Ale ficou de molho na água. De fato a tarefa de movimentar e revirar os maltes de 5-10 minutos é algo complicado, puxei uma cadeira confortável, peguei uma cerveja e acertei o despertador, depois colocando o modo "soneca" garanti que o malte fosse mexido de 10 em 10 minutos.

Malte Pilsen Nacional e maltes torrefados nos fornos da Poncho Rock Beer
 O resultado foi muito bom. Vemos no prato à 6h, o malte pilsen, que foi transformado em Pale Ale (12h) malte "Brown" (9h) e Pale Ale Caramelizado (3h). O aroma destes ficou consideravelmente mais rico e aprimorado. Os maltes foram deixados para "descansar" por uma semana para que a cor e aroma fossem acertados. O resultado deles vai aparecer em uma cerveja a ser divulgada no Bierort em evento no mês de Agosto.

Blend de Maltes pronto para a Brassagem.

Outra forma de conservação e reaproveitamento acessível a qualquer cervejeiro caseiro é a reutilização de fermento. Consegui uma garrafa de plástico de um amigo que continha algum muito especial, uma gosma marrom clara que parecia uma vitamina daquelas que nossos avós tomam de manhã.
Essa papa são bilhões de pequenas células que passaram pelo longo processo de fermentação e que agora estavam em uma situação de serem jogadas foras e eu resolvi reaproveita-las para uma próxima leva.

Limpar e reutilizar leveduras : 

Os produtos de uma fermentação, além do Co² e álcool é também o a "lama" que fica no fundo do fermentador, este resíduo é uma mistura de sedimentos sólidos do mostro e sedimentos de fermento. Para reutilizar esse fermento temos que saber o que é bom ou não levar para a próxima Leva.
Os depósitos mais sólidos que estão ao fundo são restos de proteínas lúpulos e outros que vieram da brassagem. No meio desta mistura ainda está parte da "jovem cerveja" e finalmente o fermento que queremos levar.
O primeiro passo é "lavar" o fermento, isso para poder diferenciar melhor o fermento a utilizarmos dos retos que não queremos levar.
Vale ressaltar que esta é uma fase delicada, iremos retirar o "álcool" que previne parte das contaminações e estaremos expondo as leveduras ao tempo e água de fora e outras contaminações, por isso precisamos ter cuidado em como fazemos o procedimento para evitar ao máximo perder estes fermentos preciosos hehe
Segue em anexo um vídeo que me guiou no processo. lavagem de Leveduras

Tudo no jeito para a lavagem.
Não deixe de tentar outros métodos e outros fatores, com diferentes leveduras. Mas lembre sempre de manter registro do processo e de cada levedura. Não deixe elas acabarem se perdendo em sua geladeira e arriscando trocar de levedura ou de perder leveduras por descuido.
É importante que elas sejam conservadas em geladeira com temperaturas baixas para minimizar sua atividade e evitar que elas se vejam em um ambiente onde tenham que se matar para conseguir alimento.

Cerveja é metade arte e metade ciência. 
Não deixe de tentar realizar nenhum método por medo ou por achar que é complicado, aproveite que a internet está recheada de informações e corra atrás do que você precisa.
Você Homebrewer que precisar de informações, não fique acanhado, pergunte e solte as dúvidas e quando aprender algo não segure as informações, passe a frente para ajudar quem já esteve na sua situação.

O Rock n' Roll não pode parar ... 

Não perca também os resultados destas experiencias em nossas próximas brassagens e beers.
Mais fotos e informações em nosso FaceBook/Poncho.Rock.Beer
Abraços

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Lançamento: Poncho Rock Beer - Love Songs.

Mais um lançamento de Beer aqui no Blog. A Bola da vez é uma Irish Red Ale feita com muito amor e carinho, que acabou levando em seu nome toda uma categoria de músicas dentro da nobre arte do Rock 'n Roll. Love Songs são as músicas clássicas do rock que evocam os sentimentos que o Amor (ou o final dele) desperta em todos nós.
Nossa Beer é uma singela homenagem e agradecimento a todas essas lindas músicas. A ligação entre o estilo da Beer e as canções de amor não são poucas, em primeiro lugar a cor Vermelha, marcante, que atrai os olhos, o aroma adocicado e o sabor de caramelo são de fazer a boca salivar. O amargor só aparece no final do gole, com toques herbais e florais tipico dos lúpulos ingleses. Um pouco de torrado pode aparecer, pois são destas "faíscas" que saem a cor que desejamos. Uma cerveja cremosa como o começo de toda paixão.

Poncho Rock Beer - Love Songs
Como toda boa canção carregada de sentimento tem uma história por trás, a Beer não pode ser diferente. Quando comecei a me empenhar na empreitada de produzir as Rock Beers, tive a feliz colaboração/apoio/incentivo da minha querida namorada Mariana Padoan. Ela no entanto era uma pessoa cética com relação a bebidas alcoólicas, preferindo pingas envelhecidas às relíquas gastronômicas das cervejas, chegando a despreza-las quando podia. Isso foi mudando com o tempo e posso falar que estou a beira de transforma-la em um grande apreciadora de cervejas e uma de meus desafios com essa cerveja era selar essa transição.
Por isso chamei minha companheira no crime para uma noite legal de Beer, Bilhar e Rock.

Never Know how much I care ... 


A Harmonização :  

Irish Red Ale é uma cerveja que combina com carnes vermelhas, queijos fortes e muito tempero. Como já havíamos jantado mais cedo, optei por petiscos para acompanhar e trouxe (para efeito de comparação) um exemplar da Karavelle Red Ale Hell. Os petiscos escolhidos forma um salame artesanal bem condimentado com base de carne de Javali e um Blue Chesse.

O Rock: 

O som de fundo foi escolhido a dedo, não só ele é considerado o Rei do Rock como é dono de uma voz tão suave que faria um tigre ronronar ... Elvis Presley não é só um grande músico e interprete como é um garanhão da melhor qualidade. Por onde passava cativava corações das jovens e impressionava pelo seu talento e simplicidade. Escreveu e interpretou algumas das mais linda Love Songs e serviu de inspiração para outras tantas canções apaixonadas de Paul McCartney até ilustres desconhecidos.

Yeah Baby !

Um de seus mais icônicos show foi realizado em 1973. Aloha From Hawaii foi o primeiro show a ser transmitido via satélite para "todo" o mundo, exibido em mais de 40 países o show foi sucesso imediato alcançando o topo da audiência da TV americana até então. Seu álbum (RCA - 1973) chegou ao topo das paradas americanas e listas mais importantes da Europa. Mostrando a força e influencia que Elvis tinha mesmo com a carreira em "declínio". A integra do show pode ser assistida AQUI.

A degustação: 

 Abrindo a Beer Love Songs, novamente o som da rolha Flip Top nos surpreendeu, mostrando que a carbonatação estava completa. Servida entre 5º-10ºC em copos "Pint", de média para baixa carbonatação, a Beer veio em uma cor âmbar alaranjada, um pouco a baixo do que o estilo pediria. Mesmo assim impressionou pela limpidez e transparência. O Aroma de caramelo e toffee é marcante assim como seu sabor a boca. Com um corpo médio para denso a Beer é fácil de consumir e apreciar.

Quem disse que Cerveja Caseira é turva ??

O amargor do lúpulo Inglês aparece de forma discreta com poucos tons herbais e amadeirado. A cerveja termina um pouco seca convidando ao próximo gole. A espuma inicial demorou a se formar, mas persistiu toda a degustação com uma camada acima da Beer. A nota baixa ficou por parte do fermento americano usado, ele conferiu um gosto frutado na Beer durante o final da garrafa. Temos também que anotar que as habilidades no Bilhar, aumentaram significantemente após provar a Beer - Love Songs.

Red Ale Hell 


Aproveitando a onda de Red Ales, abrimos a Karavelle. O aroma e visual acobreado atraíram a primeira vista. Na boca o sabor era mais toffee e torrado do que caramelo, as linhas de lúpulo vão para o Herbal/Grama como também é tradicional Inglês. Infelizmente o torrado (até um pouco de defumado) dos maltes sobressaiu outros sabores o que deixou uma impressão ruim quanto a Drinkabillity. Um sabor residual do fermento também foi sentido mas de forma bem inseria. É uma cerveja boa, mas que deixa a desejar de uma forma geral. Considero a versão tirada do Barril um tanto quanto melhor.

 O saldo final foi dos melhores. Um boa noite de Bilhar e cervejas, acabamos aprendendo um pouco mais sobre o estilo. A Love Songs cumpriu seu papel em ser uma cerveja atraente e fácil de tomar, conquistou eu e Mariana que já pensamos na Brassagem da próxima versão. A impressão que ficou da cerveja foi de pouca complexidade mas boa inserção dos maltes e sabores, se destacando por ser equilibrada e entregar o que prometeu. Algumas anotações com relação a receita já foram tomadas e a versão 2.0 promete mais impacto. A evolução do Mestre Cervejeiro pode ser percebida a cada brassagem, experiencia que está sendo levada para as próximas Criações...

Let's Play ...

Perfil da Poncho Rock Beer - Love Songs:
Brassada em: 02/06
Engarrafada: 02/07
ABV : 4,7%
IBU  : 15
EBC: 16
OG: 1,055
FG: 1,014


Em Breve lançaremos mais uma Beer.
Agora com um intervalo um pouco maior, Teremos em 2 semanas a tão aguardada Pumpkin Ale... =D

... Palpites ? sugestões ? Críticas ?, não deixe de comentar abaixo.


Até a próxima e deixo vocês com um Abraço do Beer

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Lançamento: Poncho Rock Beer - Glam Ale

   A espera finalmente acabou. Cervejaria Monteiro orgulhosamente apresenta a Primeira Receita da Poncho Rock Beer. Após as primerias experimentações com técnicas de brassagens e processos de fabricação, as Beers formam tomando forma e amadurecendo em sabor e aroma, mas foi só depois do domínio da técnica do Dry Hop, que esta Beer demonstrou ter personalidade suficiente para usar o Poncho sagrado sobre seus ombros e representar nossa marca.

Logo Finalizado e Colado nas Garrafas
O que acharam ?? 


A Beer e seu Rock :
   A Glam Ale é uma cerveja de cor vermelha acobreada que chama a atenção nas mesas por onde passa. A cerveja possui um caráter de lúpulos inglês/americano dançando entre o picante e o cítrico como muitas bandas famosas de Rock experimentaram durante o final dos 60's e 70's. Seu estilo (American Amber Ale) é representado por cervejas como Brew Dog 5 a.m Saint, Anderson Valley Boont Amber e a brasileira Rasen Amber Ale. A American Amber Ale apresenta uma sensação equilibrada entre o amargo do lúpulo e o caramelo do malte, os lúpulos são destaque tanto no ofato quanto paladar.

A denominação de Glam Rock vêm da "Pompa" que era marca registrada do estilo, era uma época de extravagância que contava com cílios postiços, muita purpurinas, saltos altos, baton, muito pó branco (dos dois tipos), lantejoulas, paetês e trajes elétricos por parte dos integrantes das bandas. Eram os tempos da androginia e do glamour e suas músicas agitadas de rock n’ roll esbanjavam energia sexual. As principais bandas e representantes dos estilo são Queen, Elthon John, The New York Dolls, The Runnaways e Alice Cooper, no Brasil encontramos Secos e Molhados e Tutti Frutti encorpando o movimento.

Esse estilo de cerveja Harmoniza bem com pratos principais mais encorpados, indo bem tanto com carnes vermelhas e brancas. O que possibilitando uma grande variedade de opções.
Por estarmos no inverno eu escolhi o que eu tinha a mão. A sobra de um Lagarto no molho de Cebola que tivemos para o almoço virou um Creme de Cebola e Pedaços Desfiados de Carne, para acompanhamento escolhi Pão Italiano e Pão Australiano.

UHNNNN ...

Degustação e Harmonização: 

Vamos então a Degustação da Cerveja ... Preparei um copo em formato de Pint, bem limpo e seco. E deixei a Garrafa de Glam Ale a uma temperatura entre 7º e 12º, para poder aproveitar bem com a sopa quente.
A primeira impressão ao abrir, a linda garrafa adesivada no estilo flip top, foi das melhores um barrulho de "Ploc!" mostrando que a cerveja estava bem carbonatada. Um aroma cítrico tomou conta do ar, mostrando que as quase 2 semanas de Dry Hop valeram a pena a espera.
No copo um líquido de cor vermelho acobreado um pouco a mais do que o esperado para o estilo. Uma espuma branca fina de pouca duração mas de persistência longa, ficou uma camada boa acima da cerveja durante todo o jantar.
Na boca o gosto do malte caramelado é perceptível apenas no começo com alguma nota de pão e toffee. Logo vêm a percepção dos lúpulos, um inicio picante temperado dá espaço a uma sensação de amargor cítrico no fundo da boca principalmente com notas de limão e laranja azeda.

Detalhe da cor, Glam Ale ...
Difícil não imaginar ela em um salto alto e maquiagem. 
O que não poderia faltar é a parte do Rock n' Roll, para acompanhar esta delícia foi escolhido uma dos maiores expoentes do estilo Glam Rock. David Bowie! O astro conhecido como "Camaleão do Rock" sempre foi notícia por onde passou. Por volta de 1969 alcançou o topo das paradas britânicas com "Space Oddity" e seu estilo classificado como Folk Pscicodélico. A próxima empreitada de Bowie seria tão bem sucedida com um tom a mais de extravagancia e brilhantismo (de novo, nos dois sentidos).
Entrando de cabeça no Glam Rock, Bowie assumiu figurinos chamativos e apertados, muita maquiagem no rosto, uma aparência andrógina e cabelos alaranjados (como nossa cerveja), não eram os únicos elementos que transpareciam nas apresentações. Muito de teatro e dramaturgia levaram Bowie a incorporar o personagem e se tornar um alienígena no Reino Unido. A sua história seria contada no album The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars (1972 - RCA). O álbum é conhecido como um dos melhores da década de 70 e seu personagem principal se tornou referencia histórica na cultura pop. Por isso aprecia a Glam Rock com o melhor do estilo você encontra o álbum completo aqui !!

So where were the spiders, while the fly tried to break our balls
With just the beer light to guide us,
So we bitched about his fans and should we crush his sweet hands?...

O saldo final da noite foi o melhor possível. O logo da cerveja ficou muito legal e em breve teremos sorteio de adesivos com para nossos seguidores. A Beer com um corpo médio para leve se mostrou uma bebida amigável e de boa Drinkability, com o amargor persistente e retrogosto agradável. Um pouco mais escura do que o estilo mas a cor ficou marcante e vibrante. O prato principal ficou muito bom com a Beer e o som de fundo tornou a noite mais agradável para a conversa fluir e trazer a tona algumas boas histórias.



Perfil da Poncho Rock Beer - Glam Ale:
Bom demais para uma primeira receita.
Brassada em: 16/05
Engarrafada: 23/05
ABV : 4,7%
IBU  : 25 

EBC: 24 
OG: 1,046
FG: 1,010



Em Breve lançaremos a segunda leva da Glam Rock.
Durante a próxima semana teremos o lançamento de nossa próxima criação ...


... Palpites ? sugestões ? Críticas ?, não deixe de comentar abaixo. 

Até a próxima e deixo vocês com um Abraço do Beer 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Brasil Brau 2013


A edição de 2013 da Brasil Brau mostrou a força e o espaço que Cervejas diferenciadas tem tomado posse na cultura Brasileira. Os expositores de material voltado a produção da cerveja (home brewers e cervejarias "industriais) estavam situados ao centro da feira (A feira se dividiu em Brasil Brau e Degusta Beer).
Ali podíamos achar desde  expositores de equipamentos como conexões, limpeza, tratamento de água, passando por estandes voltados para fabricação, fermentação, e aprimoramento de processos, ainda representantes do envase e rotulação da cerveja e algumas bizarrices como o alterador da cerveja já pronta, que promete alterar completamente sua cerveja, corrigindo erros e cortando custos (sinceramente não vi muito apelo na técnica e de certa forma me senti insultado pela pretensão do produto... mas enfim tem quem goste), ainda algumas curiosidades como o MiniKeg de 1Litro e 500ML e umas choppeiras com formato exótico.

Entrada da feira já animava quem ia chegando...

Do lado externo da Feira estava a Degusta Beer. Como cheguei na feira por volta das 19h não tive como aproveitar como eu queria a parte de exposição da feira. No entanto me maravilhei ao chegar na Degusta Beer. As fichas para eram vendidos em um quiosque logo na entrada e estas fichas seriam trocadas pelas cervejas sendo que cada Cervejaria ou distribuidora disponibilizaram cartazes com valores de cada dose de degustação. Um copo que o evento dava tinham medidas de 50ml e 100ml. Ótima organização, que garantiu um evento de qualidade. A edição deste ano foi um sucesso para os organizadores e o delírios para o público batendo todos os recordes de público!
Então o jeito foi partir
para as degustações. 

  • Leuven Flanders Red Ale : Excelente Red Ale, um malte e espuma deliciosos, super equilibrada e pouco amargor. 
  • Madalena Premium Pilsen: Cervejaria nova e com uma apresentação maravilhosa. Cerveja superou minhas expectativas com relação a uma Pilsen.
  • Bode Brown Cacau Ipa: Cerveja sensacional corpo equilibrado para seus sabores complexos. Vale a pena experimentar. 
  • Sierra Nevada Torpedo: Outra que entrou de cara para meu Top 10. Quem sabe de lúpulo não pode deixar de experimentar essa, uma explosão de cítrico e amargo. 
  • Anderson Valley Heelch O' Hops : Outra Double Ipa de Peso que não poderia passar. Explorando os Lúpulos Big C's, a Anderson Valley acertou de novo. Se mantendo entre as minhas cervejarias favoritas. 
    Olha quem eu encontrei lá =D
  • Karavelle Red Ale Hell : cerveja muito gostosa que trouxe uma garrafa para casa. Bom Custo benefício e ainda foi servida pelo Garoto propaganda da empresa Seu Jorge hahah
  • Cervejaria Nacional Ipa Mula : Um clássico instantâneo, mostrando que a cultura cervejeira do Brasil sabe bem em quais pedras está pisando. 
  • Tomei ainda uma WeizenBock e outra wit de uma cervejaria que eu gostaria muito de lembrar ... =P
Olha o figura ai... 
Esperamos que estas experiencias tenham fruto nas próximas produções da Rock Beer ... 

 Como o ambiente era amontoado de pessoas, não consegui tomar as devidas notas das cervejas que tive o prazer de degustar. Mas aqui vai uma Lista das cervejas que tive o prazer de Degustar (ou pelo menos as que eu lembro. =P)



Na saída uma coisa ruim, não consegui comprar para levar a cerveja 2XIPA da Southern Tier que eu queria tanto experimentar. 
No final foi só voltar para casa com uma bolsa cheia de informações sobre cerveja, algumas boas lembranças e uma boa ressaca para curar no outro dia.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A Primeira Brassagem, descobrinado o processo e os primeiros erros.



     Chegando a minha primeira brassagem eu mal podia esperar para colocar a mão na massa e fazer minha primeira cerveja. Mas nem toda a leitura do mundo me preparou para o que estava por vir.
     Alguns posts como o do Blog do Boden, me deram uma base legal para começar a trabalhar, mas cada Brassagem é uma aventura. E aqui vão alguns dos erros que eu cometi em minhas primeiras brassagens que fizeram a total diferença no resultado das cervejas seguintes.

Em primeiro lugar um perfil do meu equipamento: Se trata de uma panela do tipo "espagueteira", que funciona com o sistema de BIAB. O equipamento possui uma  capacidade total de 7,5L, mas eu só consigo levar cerca de 6,5L para a fervura. O que me impede de ter um resultado final "prático" maior do que 5L de cerveja indo para o fermentador. Existe uma vasta discussão sobre os prós e contras deste equipamento e chegando em minha 7ª Brassagem consigo elencar alguns deles na minha experiencia.

Nota: BIAB é um método de brassagem com os maltes envoltos em uma sacola de voil ou outro tecido fino, isso auxilia na retirada de grão, que permite usar apenas uma panela na brassagem, tornado-a mais simples. Isso permite também usar grãos moídos de forma mais fina (quase pó) para melhorar a eficiência de extração dos açúcares do equipamento. Também é muito mais simples para a limpeza do equip.

        Prós:

  • Custo acessível: Com um investimento inicial de 400 reais você já começa a colocar em prática seu sonho de fazer cerveja. E a partir dai pode investir mais na melhora dele, ou não. 
  • Praticidade: equipamento pequeno, fácil de lavar, fácil de guardar, a sujeira que ele faz é controlada e você tem toda a experiencia cervejeira que procurava. Vai poder aprender do começo, ir evoluindo, melhorando seu processo e seu equipamento. Além de que alterações de temperatura são bem mais rápidas do que em um equipamento maior.(no entanto isso pode ser um problema também)
  • Diversão garantida: você vai poder aprender que apesar de todo o trabalho o mundo da cerveja é repleto de mistério, ciência e cultura. Vai ter sua própria cerveja em questão de algum tempo, vai poder explorar novas receitas e estilos sem a responsabilidade de uma grande estrutura nas suas costas e conta bancária. E as cervejas que vão sair deste (desde que feito com dedicação e conhecimento) vão sair muito boas e vão te agradar.
       Os piores contras aparecem quando você passa do ponto de aprendizado e atinge o limite físico do aparelho e de suas receitas. Chega um ponto em que você vai querer ir a diante ...


  • Limite físico: não é possível fazer mais de 5L sem uns truques que acabam por diminuir a qualidade do seu produtor. Existe um claro limite no tamanho do cesto de grãos que não permite que vc use mais de 2 kg de malte, impossibilitando de executar receitas mais complexas. 
  • Equipamento reduzido = problemas maiores: devido ao pequeno porte do equipamento, erros na receita e em quantidade de insumos assumem proporções maiores, assim como erros no processo assumem proporções maiores, por isso requer cuidado extra no controle de rampas de brassagem. 
  •  Recirculação: eu tive uma série de problemas com a recirculação usando uma bombinha de aquário, tentei de diversas maneiras soluciona-los, mas no final preferi abandonar o método e fazer uma "lavagem" dos grãos manual, suspendendo o cesto de grão antes da fervura. (não chega a ser um contra do equipamento, mas com certeza a opção não me agradou. 
  • Dificuldade na medição e reprodução de receitas: devido as alterações de variáveis e como eles afetam sua cerveja, em uma panela assim será praticamente impossível você repetir uma receita a exatidão.Isso é ruim, mas confere um tom de personalidade a cada cerveja criada. Aquela cerveja que fez tanto sucesso e acabou rápido, pode não ficar tão boa na próxima ou até mesmo melhor com o mesmo processo.
Outros problemas que aparecem vêm decorrido a ter apenas o básico do equipamento, problemas como oxidação no envase, contaminação durante a maturação e outros vêm da economia, é só gastar um poco mais em mangueiras e horas na internet pesquisando que vc pode ter uma cerveja de primeira feita em sua casa com um custo controlado e acessível. 

Meu parecer sobre a discussão é o seguinte: Um equipamento deste é um equipamento de entrada. muito, mas muito bom mesmo e será um equipamento que vai se manter com você durante a vida. Mesmo que você evolua e compre um equipamento de 50L, 100L, 200L... este será uma via de pesquisa e desenvolvimento de novas receitas. Experimentar e inovar é o motor que move cada homebrewer e se perdermos esse ímpeto, nosso hobby deixará de ser prazeroso e educativo e passa a ser tão mecânico como fazer contabilidade...

Equipamento de brassagem em pleno vapor durante a última semana.


  Voltando a minha primeira brassagem e seus problemas, gostaria de comentar que nem tudo são flores quando se faz cerveja. Claro que você vai estar com água na boca pelos cheiros de malte e lúpulos no ar e vai querer abrir aquela cerveja especial que estava na geladeira. Mas esteja avisado, beber demais durante a brassagem gera uma série de problemas que nem os mais experientes escapam se não estiverem sóbrios.
Por isso não coloque tudo a perder, beba moderadamente e deixe uma reservada para o final da brassagem (você vai precisar). 
   Outra boa dica é: traga um companheiro de brassagem. Um amigo ou namorada ou interessado. Dividir as tarefas é muito bom para evitar confusão, te salva de ter um trabalho extremamente cansativo e ainda rende muitas risadas. (cuide para que seu companheiro não beba demasiadamente também, se não você troca um problema por outro). 
   
 O Processo, os Problemas, como solucionar e como afetaram o resultado final:

Moagem: O nível de moagem, depende muito do equipamento que você usa e como você o usa. Por usar o método BIAB eu uso uma moagem mais fina. Se eu não tivesse que fazer a recirculação de forma manual com "lavagem dos grãos" eu poderia usar ela mais fina ainda. No entanto o problema vêm do moinho de grãos. Eu uso um moinho comum a disco, apesar de ser a escolha de muitos homebrewers este equipamento te deixa vendido. por fazer uma moagem muito desigual o equipamento não oferece nenhuma garantia de que sua moagem vai sair certa e demanda um tempo absurdo e muita dedicação. 
*A troca por um moinho de rolos resolve isso, melhorando sua vida e o seu relacionamento com a tarefa de fazer cerveja. 

Pré-Limpeza: O grande truque aqui é usar um detergente neutro, uma *esponja anti risco*(para não danificar seu equipamento) e muita atenção aos detalhes. Lave, enxague e seque tudo que for usar e já reserve de maneira estratégica e organizada. Sujeiras e pontos de contaminação podem prejudicar sua cerveja criando offlavors (gostos indesejados) ou até contaminação total da cerveja final. 
*Um borrifador com álcool 70% é muito útil para que exista a limpeza em todos as etapas do processo. 

A Brassagem: Por ser a etapa mais complicada do processo, esteja preparado com uma rotina do mesmo. seja em um papel ou em uma lousa. isso te ajuda a não pular partes do processo ou esquecer de algo.
Aqui temos uma série de problemas que podem acontecer. O mal controle da temperatura é um deles. Errar a temperatura de sacarificação dos açucares pode resultar na perda do poder de transformação deles, tornando a sua cerveja em um bebida sem álcool. Para saber mais sobre as rampas meu amigo Iago tem um post muito útil para isso em seu blog.
*Saiba como seu termômetro funciona (tenha sempre um termômetro reserva de lado para conferir a medição) e teste tudo com água quente alguns dias antes de brassar para ter certeza que você se familiarizou com o processo. Errar com água é de boa, errar com 1,5kg de malte especial já moído dentro da panela é bem ruim. (em equipamentos maiores as perdas são maiores) 
**quando usando uma panela de inox, procure ajustar seu termômetro em 1 ou 2 ºc a menos do que o recomendado na receita. sempre ocorrem erros de medição e surtos como bolhas de calor subindo. assim é melhor manter uma margem de segurança. 
*** durante a recirculação mantenha o equipamento de recirculação e "lavagem" já limpo a a postos, não espere chegar no final para ter tudo a mão. 


Eu e minha companheira de Brassagens e outras aventuras. 

A Fervura: Durante a fervura, lembre-se de faze-la em local arejado e com a panela destampada (eu errei feio nisso =P) ... Por ser uma etapa que mais vai calor para a panela e para o ambiante esta é uma recomendação valiosa. se for fazer em casa lembre-se de abrir janelas e ventiladores, de outra forma sua casa irá cheirar a brassagem por dias. Por contar com água fervente, não existem preocupação muito sérias com contaminação mas isso não atenua a aparição de off flavors. Por isso siga a risca a rotina recomendada pela sua receita e tome cuidado para não errar nas adições de lúpulos e insumos. Importante : a fervura será favorecida se ocorrer de maneira vigorosa. Ou seja, quando iniciar fervura, não diminua a intensidade do fogo. Deixe ferver mesmo! Isso aumentará um pouco a perda por evaporação, mas isso faz com que você se livre de componentes indesejáveis a cerveja como os DMS's e outros que podem causar off-flavors ao produto final. *prepare alarmes para as adições de lúpulos e sejam felizes para tomar uma cervejas.
** deixe pronto seu equipamento de resfriamento do mostro esta parte será essencial para finalizar com chave de ouro sua brassagem.

O resfriamento: Não seja apressado, mas seja atento. O resfriamento também pode gerar problemas para sua cerveja final por isso não pode ser negligenciado. Mas como tudo neste pequeno equipamento está a mercê de condições adversas, podendo o resultado final sair do seu controle. Os prejuizos neste ponto podem ser péssimo, uma adição de fermento em uma temperatura alta, mataria todas aquelas belezinhas (fermento) que você escolhei e comprou com tanto carinho, ou uma contaminação no fermentador pode levar todo o trabalho que tivemos até aqui para o lixo.
O tempo aqui é um dos fatores determinantes, um resfriamento muito rápido do mostro pode levar a um efeito de Cold Break na cerveja final (este efeito deixa sua cerveja mais turva a temperaturas baixas) eu não me importo muito com isso, mas se você quer sua cerveja mais translucida e límpida possível, espere alguns minutos para o resfriamento. Em outra mão o resfriamento demorado dá brecha para contaminações, erros e off flavors se o mostro não resfriar de maneira correta.
*Invista nesta parte do processo, você não vai se arrepender. procure fontes e formas de resfriar seu mostro de maneira segura e correta.
**limpeza é essencial**

Pós limpeza: Limpe seu equipamento com todo o cuidado para não deixar nenhum local de sujeira, isso conserva melhor seu equipamento aumentando a vida útil dele. Além de facilitar a pré-lavagem das próximas brassagens


Aqui 3 cervejas, insumos (futura cerveja), fermentação (quase cerveja) e a cerveja já pronta. 

Por enquanto deixo vocês por aqui. Pulei propositalmente uma parte fundamental do processo. Inoculação e adição do fermento. Esta parte tratarei em uma postagem a parte para ter certeza que cobri o que eu gostaria do assunto. Espero que tenham gostado e acompanhem o desenvolvimento deste programa de cervejaria. Obrigado.


domingo, 23 de junho de 2013

Como nasceu o Nome e o Logo ??

Começada as operações de cervejeiro, e já definido o propósito de fazer cerveja, sentei para definir qual seria o nome, logo e estilo que seriam colocados a frente das minhas produções. 

Algumas ideias apareceram, ligar a cerveja que eu faço e gosto, para mim, deveria estar ligado a mais coisas que eu amo. Em outras paixões minhas começaram a procura de um simbolo. Desde cedo me pareceu óbvio que eu não conseguiria desassociar as cervas do rock n roll que sempre foi inspiração para meu modo de vida desde minha adolescência. 


Hell Yeah !

Pensei em demasiados logos, mas não cheguei em nenhum consenso, até que comecei a desenha-los ao invés de ficar teorizando. Logo cheguei em um design que me agradou muito. Inspirado na cervejaria americana Anderson Valley (uma das cervejas que me inspirou a começar minhas próprias cervejas), comecei a desenhar conceitos de Beers ... e você me pergunta, "O que raios são Beers ?" ... O Beer é um animal mítico por tanto existem inúmeras histórias de como e quando ele foi encontrado. Algumas fontes citam o parecimento de Beers em diversos lugares do mundo, mas uma famosa parição (Estado de Nevada década de 50) foi que colocou o animal de volta a mídia mundial, pelo pouco que se sabe ele possui características de Bear (Urso em inglês) com outra espécie o Deer (ou Cervo em inglês). Outras fontes citam Beers como a manifestação física de certos Deuses menores da mitologia grega e nas escrituras nórdicas um Beer gigante seria a montaria preferida de Odin quando ia a guerra e na mitologia suméria a deusa Ninkasi usava a saliva de um Beer mágico para curar os feridos. Acredite em mim, isso é algo que o governo americano não quer que você saiba, então encontramos muito poucas fontes na internet pois a maioria foi destruída... 

Anderson valley, se mantem como ponto de resistência sobre a verdade com relação so Beers

Logo começaram a sair os primeiros desenhos de Beers em meus cadernos e a partir destes eu acabei refinando o design e layout. Pegando algumas fontes da internet comecei os desenhos e posso falar que eu evolui bem dos primeiros até o resultado final. No começo vemos um exemplar bem "cru" do animal lendário.


Mesmo assim ele já parecia sair amedrontador

Como meu equipamento de cerveja produz apenas 5L por leva. Eu me dou o direito de inovar em cada criação, criando cervejas exclusivas e incomuns. Por isso o logo não poderia transparecer menos. teria que ser algo mais agressivo. Pelo pouco que se conhece sobre o animal Beer, ele é um animal muito feroz, de comportamento arisco e se destaca dos demais animais pela sua inventividade. Por isso uma representação dele deveria transparecer mais atitude e dominância sobre seu território como o animal real. Logo cheguei a este conceito .... 


rawwgh


Criada a aparência do temido Beer. Passei a ponderar sua apresentação, e uma forma de liga-lo a minha história e meus amigos. Por isso me aproveitei de um antigo apelido de faculdade "Poncho", com uma origem quase tão misteriosa quanto a do Beer. O apelido foi incorporado a merca da cerveja como referencia ao seu Mestre cervejeiro. 



Chegamos então ao nosso logo quase definido. Conforme serão lançadas as cervejas teremos um contorno mais definitivo, mas por enquanto se deliciem com essa preciosidade. =D
Gostaria de agradecer a paciência e ajuda do meu amigo João Francisco que me ajudou muito na elaboração do conceito do logo e a Marina Padoan que me ajudou e acreditou no Beer desde os primeiros traços. ...

Como tudo começou ? O porquê de se fazer cerveja em casa ...

Por onde começar se não pelo começo ?
Meu primeiro contato com cervejas "premium" ou "especiais" se deu cerca de 4 anos atrás, quando realizei que investir um pouco mais em qualidade em detrimento a quantidade. Nem sempre essa escolha era fácil e por um bom tempo cervejas especias eram esporádicas em minha vida. Mas a curiosidade foi sempre falando mais alto e me levando a experimentar novos rótulos e estilos, aos poucos deixando para trás as antigas pilsnens nacionais que por tanto tempo me acompanharam.
Quero deixar claro que não desmereço as cervejas que por tanto tempo me acompanharam e os bons momentos (alguns que eu nem me lembro =P) que me proporcionaram.

Minha evolução de paladar foi se dando de forma gradual e progressiva, mas se intensificou quando comecei a me interessar por novos estilos e pela história de cada cerveja. Com um pouco mais de conhecimento sobre o assunto e a facilidade que novos rótulos começaram a as prateleiras de supermercados a preços mais acessíveis, comecei uma viagem sem volta pelo mundo de cervejarias, rótulos, estilos e histórias.

Conhecer quais cervejas mais me agradavam, despertou um profundo senso de satisfação. Procurei então a entrar em contato com o cenário nacional da cerveja. Logo fui apresentado as cervejas artesanais, ai que a brincadeira ficou interessante. Com isso comecei a pesquisar sobre técnicas e processos de "manufaturar" cerveja em minha própria casa com um equipamento reduzido em um investimento razoável. Mesmo convencido de que esta era uma ótima ideia fui atrás de mais informações e possibilidades de cursos e formas de aprendizado. Assim antes de adquirir meu próprio equipamento eu já avia acompanhado duas brassagens e entrado em contato com a matéria-prima, com equipamentos e pessoas que conheciam o mundo que eu estava entrando. E o principal, eu já sabia o que eu queria "desenvolver uma cerveja que eu tivesse prazer em tomar e dividir com meus amigos".

Neste espírito no final de março de 2013 comecei a comprar meu equipamento, entre ele estavam, uma pequena panela "espagueteira" de 7,5L, algumas peças de conexões, uma bombinha de aquário e algumas rolhas. literalmente o equipamento mais básico possível para se fazer cerveja (de verdade) que uma pessoa pode precisar.
Fiz mais um investimento em pequenos utensílios básicos como iodo, pipeta, um limpador de garrafas , mangueiras e outros. Testei tudo com água e estava pronto para ir... calma ainda não, este é a parte, digamos, "científica" de se fazer cerveja no entanto ainda faltava a outra parte.

Dizem que cerveja artesanal é parte ciência e parte arte. Descobri o quanto isso é verdade.
A elaboração de uma recita não é tarefa das mais fáceis para um inciante no assunto. Mais um tanto de estudo seria necessário, e lá fui eu me enfiar em mais literatura sobre o assunto...
Com o equipamento em mãos e uma vontade de fazer cerveja, resolvi aprender mais sobre a parte científica e operacional da forma mais simples e segura. Comprei um kit simples para 20L de Blond Ale (single malt, single hop) muito usado por iniciantes e comecei a me aventurar no processo cervejeiro...



Nos próximos posts,  conto mais como vão acontecendo as Brassagens, conduzirei degustações e avaliações e notificarei a todos de como conseguir seu exemplar da minha Beer ...